29-04-2019
Papel de enfermeiros obstetras é ‘decisivo’ para prevenir mortes maternas e neonata

Os 73 países onde ocorrem 90% das mortes maternas e neonatais concentram apenas 42% dos profissionais de saúde com capacidade para trabalhar no setor de obstetrícia. A distribuição desigual de médicos e enfermeiros pelo mundo preocupa o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que discutiu o problema com especialistas no I Encontro Nacional de Enfermagem Ginecológica, realizado na semana passada, no Rio de Janeiro.

Os 73 países onde ocorrem 90% das mortes maternas e neonatais concentram apenas 42% dos profissionais de saúde com capacidade para trabalhar no setor de obstetrícia. A distribuição desigual de médicos e enfermeiros pelo mundo preocupa o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que discutiu o problema com especialistas no I Encontro Nacional de Enfermagem Ginecológica, realizado na semana passada, no Rio de Janeiro.

“Em todos os países, a atuação no UNFPA inclui apoio amplo e irrestrito ao exercício da obstetrícia, com atenção especial à enfermagem obstétrica e à obstetrícia profissional”, afirmou a representante auxiliar da agência da ONU no Brasil, Fernanda Lopes, durante o evento. Encontro aconteceu dos dias 5 a 7 de abril na Escola de Enfermagem Alfredo Pinto da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

A especialista lembrou que, apesar do declínio nos números de falecimentos maternos e neonatais a partir da década de 1990, 289 mil mulheres e 3 milhões de recém-nascidos morreram durante a gravidez ou no parto em 2013. O UNFPA considera que esses óbitos poderiam ter sido evitados com um pré-natal adequado e com o atendimento de qualidade no momento do parto e no período posterior ao nascimento dos bebês.

Fernanda descreveu como “decisivo” o trabalho de enfermeiras e enfermeiros obstetras — além de atuar na promoção da saúde das comunidades, esses profissionais oferecem aconselhamento sobre planejamento da vida reprodutiva e também estão envolvidos na coleta de dados que podem influenciar as políticas.

Para avançar na promoção do bem-estar materno e infantil, “é preciso mitigar o impacto da discriminação de gênero atribuída à profissão, reduzir a falta de atenção da classe política sobre questões concernentes às mulheres e aos seus direitos e, ainda, motivar uma gestão mais efetiva da força de trabalho”, acrescentou Fernanda. O UNFPA defende o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva das mulheres.

Fonte: ONU Brasil