22-09-2016
Conselho fiscaliza e apura situação de caos no Walfredo Gurgel

Os profissionais de enfermagem e de saúde continuam enfrentando problemas e trabalhando em más condições por falta de insumos e superlotação no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Foi o que uma equipe do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Norte (Coren-RN) constatou na manhã desta quinta-feira (22), em visita técnica na unidade.

No início do mês, o Coren-RN já havia confirmado problemas pontuais e a falta de segurança/vigilantes, que era o que, no momento, mais preocupava os profissionais. Hoje, apesar da questão da segurança no hospital ter sido normalizada, os fiscais de enfermagem constataram a superlotação de pacientes nos corredores e salas, a falta de insumos básicos, como esparadrapo, gaze, álcool e a falta de medicamentos. Problemas que têm comprometido a qualidade na assistência no maior hospital do Estado.

 De acordo com a gerente de enfermagem, Luciana Paula, que acompanhou a equipe na visita, a superlotação tem se agravado em virtude da grande quantidade de pacientes estar aguardando a realização de cirurgias ortopédicas, que só acontece em outros hospitais e que por questões financeiras não estão recebendo a demanda. Atualmente, 235 pacientes estão nessas condições, internados nas enfermarias, corredores do Pronto Socorro e anexo do Hospital João Machado. Além desses pacientes, 20 pessoas em situação mais grave aguardam uma vaga na UTI do hospital.  

No Centro de Recuperação Operatória da unidade, os profissionais relataram e mostraram a limitação do espaço físico para acomodar os pacientes recém-cirurgiados. As duas salas não são suficientes e, inadequadamente, um pós-operatório já se formou no corredor desse setor. Outra preocupação e a falta de um policial ou segurança para acobertar os cinco (atual) pacientes restritos de liberdade.

Esses problemas no Walfredo Gurgel e em outros grandes hospitais gerou uma crise na Saúde do RN sem precedentes, e que não é mais nova. Diante disse, o Coren-RN tem se mobilizado, juntamente com outras instituições, para cobrar ao poder público ações para minimizar e solucionar a situação. Uma audiência com o Secretário de Saúde do Estado, George Antunes, já foi agendada para discutir essas questões e ações judiciais também já foram ajuizadas pelo Coren-RN.